Este documentário aborda algumas questões fundamentais sobre o
sistema financeiro, que precisam ser debatidas. Coloco algumas delas
aqui, como preparação para assistir o vídeo.
Pra começar, os bancos emprestam dinheiro que não tem, embora tenham
o poder de criá-lo. O dinheiro que depositamos no banco é um empréstimo
que fazemos ao banco e este dinheiro realmente existe, em moeda e papel.
Já o dinheiro que o banco empresta, não, ele é apenas um número,
pois o banco não precisa ter esse montante em papel e moedas para fazer
o empréstimo. Apenas 5% do valor monetário circulante na economia
realmente existem fisicamente.
Ou seja, o sistema financeiro está montado para falir, pois ele é
irreal. Por isso todo o sistema financeiro trabalha com o endividamento
de pessoas, empresas e estados nacionais.
Desta forma, mais do que saber como gerenciar o dinheiro que temos, precisamos saber como o dinheiro funciona para não sermos escravos dele, se não estaremos vendendo nossa alma ao capitalismo.
Este documentário faz um histórico de como o dinheiro foi criado,
numa abordagem fácil de seguir, com uso de animações, para podermos nos
acercar de um tema tão árido.
Ele mostra como o sistema financeiro é baseado no oferecimento de
crédito que cria dívidas, e não em dinheiro real. Assim, o sistema
bancário, por exemplo, financia compras para seus clientes sem precisar
ter nenhum dinheiro real em caixa, e os clientes ficam devendo este
dinheiro ao banco.
É claro que estas operações são todas legalizadas, mas a questão até
agora é que somente os clientes que tomam empréstimos é que arcam com
qualquer prejuízo que houver, sem que o banco, que criou o dinheiro do
nada, nada tenha que fazer, apenas esperar que o cliente pague sua
dívida, já que o cliente assinou um contrato para tal.
O problema é que nós, os clientes, nunca olhamos para o fato de que
o banco não tem o dinheiro que ele nos emprestou, mas nós teremos que
providenciar dinheiro real para pagar o empréstimo contraído. E ficamos
a vida inteira presos nesse esquema, sem lidar com o dinheiro real com
valor real baseado em coisas reais.
No entanto, há outros fatores que precisam ser considerados nesse
esquema, como os juros, a inflação, a deflação, o poder de compra do
dinheiro, que pode aumentar ou diminuir, de acordo com a manipulação
daqueles que controlam o sistema financeiro.
O documentário The Money Masters
mostra isso em detalhes, ou seja, como a hiper-inflação ou a deflação
são eventos criados em espaços privados, e não decorrências naturais da
economia, que só teoricamente funciona assim.
Com tudo isso, não podemos esquecer que os principais pilares da
economia são os recursos naturais, as empresas + os trabalhadores que
produzem coisas a partir dos recursos naturais e os consumidores, que
são os mesmos trabalhadores que receberam salários pelos serviços
prestados.
Mas estes não são quem fica com a fatia maior do bolo financeiro, que acaba sempre na mão dos banqueiros.
Ao esquecermos tudo isso, entregamos todo o poder na mão de quem
nada tem de sólido, a não ser o poder legal de criar dinheiro do nada,
ou seja, os bancos.
No entanto, se ocorre uma desvalorização do dinheiro, por inflação,
por exemplo, e o povo/trabalhadores/consumidores perdem seu poder de
compra, e a economia entra em colapso e os bancos também, os governos é
que entram com recursos para salvar os bancos, recursos esses retirados
das poupanças exatamente do mesmo povo, que foi penalizado
economicamente pela manipulação desse mesmo sistema financeiro.
parte 1
O documentário Dinheiro Como Dívida II está dividido em 8 partes; coloco aqui a parte 1; as outras surgirão no final de cada uma, na barra de vídeos: