Para Entender a Crise

Todos, quase todos, sabem que a atual crise econômica teve início com o estouro de uma gigantesca bolha especulativa no setor imobiliário, em setembro de 2008, nos Estados Unidos. Mas é só isso? Não haverá causas globais e estruturais que expliquem melhor a presente depressão de praticamente todas as economias do mundo? Não seria, enfim, o caso de estudarmos melhor o fenômeno descrito como o das crises cíclicas que acometem periodicamente (grosso modo a cada dez anos) o sistema (modo de produção) capitalista?
Esta coluna tentará dar resposta a estas perguntas.

A insustentável leveza do Capital

Não é fácil compreender por que o Capital chega a seu apogeu perdendo a capacidade de acumular, de reproduzir-se, o que anuncia  o seu crepúsculo. Digo que não é fácil, mas é só para quem, por preguiça ou preconceito, evita a leitura dos textos  de Marx.
Com a derrocada da União Soviética e a predominância, nas últimas três décadas,  dos  dogmas  neoliberais, criou-se toda uma geração de economistas e sociólogos pela metade. Eles  não percebem, por exemplo, que embora crítico da sociedade capitalista, Marx não refutou a essência da teoria econômica emanada de  Adam Smith, David Ricardo e Jean Baptiste Say,  três dos principais fundadores da ciência econômica moderna.
Na verdade, Marx deu sequência  lógica às teorias desses três clássicos, os primeiros (embora sem espírito crítico) a desvendarem os segredos da acumulação do Capital e suas conexões como Trabalho e a Natureza, enquanto recursos naturais.
 De Willian Petty (um contemporâneo de Ricardo e Say), Marx colheu uma frase (verdadeira pérola) e a cita logo no primeiro capítulo  de sua principal obra, O Capital.
Eis a frase de  Marx, citando Petty: “O trabalho não é a única fonte dos valores de uso que produz, da riqueza material (o capital). Dela o trabalho é o pai, como diz Willian Petty, e a terra é a mãe”.
Não é preciso, portanto, ser nenhum gênio para se compreender que em seu processo de acumulação, o Capital, obrigatoriamente, engole uma fatia de trabalho excedente (inútil) e  concomitantemente, engole uma fatia excedente e inútil da Natureza.
E é preciso muita ignorância ou má fé, insistir, como alguns ecologistas de última hora estão fazendo agora no Rio+20, que é possível salvar a Humanidade  do desastre ecológico desde que o Capital fique  mais bem comportado.
Como tenho repetido neste blog, supor um Capital bem comportado e ecologicamente correto, é supor o vampiro vegetariano. Isto porque, sendo ele próprio um excedente acumulado, o Capital é geneticamente dependente da produção de excedentes. Sem isso, ele desvanece e ingressa em sua fase terminal.

A densidade do Capital

Dizendo de forma simplificada, o capital só acumula explorando excedentes de trabalho vivo.  Aquele obtido pela velha e boa mão de obra, no chão da fábrica, por exemplo. Na atual fase, via desenvolvimento tecnológico vertiginoso, o Capital consegue  se desvencilhar  desse tipo de trabalho. Em consequência, concomitantemente, vai perdendo sua densidade de valor.
E segue assim, até o momento em que o grau de automação é tão grande que a utilização de mão de obra torna-se ínfima e a densidade de valor aproxima-se do zero. Individualmente as empresas continuam auferindo lucros, mas o Sistema como um todo, perde a capacidade de acumular, porque deixa de extrair mais valia, (excedente de trabalho vivo) o  verdadeiro e único fator de acumulação.
E faltou dizer ainda  que à medida em que perde densidade, o Capital (enquanto Sisstema) passa a girar mais rapidamente, para compensar, com o maior número de giros,  a menor mais valia obtida. Dai a descartabilidade e a obsolescência programada  executadas de forma vertiginosa. Ou seja: o Capital não só não vai ficar bonzinho, como torna-se mais feroz a cada giro de sua acumulação.
Empiricamente, é fácil perceber que em função dos fenômenos descritos acima, os capitais individuais migram ou para o grande cassino da especulação financeira ou para a periferia do Sistema, países  emergentes como China, Índia  ou  Brasil, bem como para nações mais atrasadas, porém promissoras, como Angola. Nesses locais ainda podem ser encontrados bolsões (currais) de extração de mais valia.  
E a esse processo que dou o nome de insustentável leveza do Capital. E, como sempre faço, acrescento logo aí abaixo um texto que pode auxiliar o leitor não familiarizado com os textos marxistas. 

Eis o texto:

O Crepúsculo do Capital

Todos comentam a atual crise econômica mundial, mas poucos percebem que  ela é, na verdade, uma crise do próprio  modo de produção capitalista. Trata-se de um  sistêmico que aponta para crescente  incapacidade  de o Capital acumular o seu próprio excedente. É a fase crepuscular ou terminal. Entender isso não é muito complicado desde que se saiba, preliminarmente: 

1-O Capital é, em  si, um excedente. Excedente  de trabalho (próprio ou alheio) que não é consumido e sim acumulado. 

 2-O Capital só obtém lucro efetivo na sua parte variável, dinheiro vivo reservado para pagamento de salários. É essa a parte do Capital que retorna ao bolso no proprietário, inflado pelas horas excedentes (não confundir com horas extras) de trabalho não pagas, a famosa mais-valia. 

3-A parte fixa ou constante do Capital, máquinas e equipamentos (e insumos também)  não fornece, a rigor, nenhum lucro ao capitalista. Isto, pela boa razão de que ela  transfere o seu próprio valor para o valor da mercadoria que ajuda a produzir. No caso dos insumos (energia e matérias-primas) esta transferência é instantânea. No caso de máquinas  a transferência pode levar anos. Mas, inexoravelmente, insumos, máquinas  ou  equipamentos se exaurem, cedo ou tarde, na produção das mercadorias. Entretanto, é  aqui, na sua parte constante, que o Capital  acumula. 

4-A última frase do item anterior não é gratuita: o Capital só materializa e fixa os lucros obtidos com a rodada anterior de exploração do trabalho, quando investe em novas máquinas e em mais terrenos e edificações. É assim e só assim que ele realiza sua acumulação ou, mais propriamente, sua reprodução ampliada. Pois é assim que ele amplia sua capacidade de explorar mais trabalho a partir  da mesma base inicial.

Agora reparem (e isto  é estampado diariamente pela mídia) que o Capital está em permanente revolução interna, sempre substituindo sua  parte variável (salários e mão de obra) pela parte  constante (máquinas e equipamentos). É a  automação vertiginosa que acomete o Sistema nesta  sua fase terminal. Quando as máquinas e equipamentos perdem densidade de valor ou simplesmente tornam-se descartáveis (substituídas em prazos cada vez mais curtos), o Capital vai, concomitantemente, perdendo sua capacidade de acumulação.  
Então, fica nítida a noção de que, principalmente nos países  tecnologicamente mais adiantados, o Capital (entendido aqui como o conjunto de capitais – o Sistema), vai despregando-se daquela parte que dá lucro, bem como daquela onde  ocorre a acumulação efetiva. 
Quando isto ocorre, o Capital toma três rumos: a- deixa de ser produtivo e transforma-se em capital de serviços que dá lucro, mas não realiza a acumulação clássica que só ocorre (como foi exposto acima) no capital efetivamente produtivo, industrial ou agrícola; b- ingressa  no cassino especulativo e passa a obter a  maior parte de seus lucros não mais no  chão da fábrica, mas  no departamento financeiro e c- migra para a periferia do sistema, os países em desenvolvimento, onde ainda é possível  obter altas taxas de mais-valia, em função da mão de obra barata. Neste último caso, China, Índia e Brasil são três excelentes exemplos. 
Enfim, creio que aí está  um pequeno, porém eficiente, roteiro para acompanhar a  atual crise com melhor capacidade de percepção dos fenômenos que são subjacentes a ela e vão muito além das baboseiras repetidas à exaustão pela mídia pobre e podre. 
Reparem, ainda, que o que foi dito aí em cima, não é simples literatura marxista dogmática e sim leitura correta dos antigos clássicos da economia como Adam Smith, David Ricardo  e Jean-Baptiste Say,  em cujos textos Marx colheu os fundamentos para  desenvolver sua teorias sobre a acumulação capitalista. Um processo que chega agora à sua fase crepuscular.

O Neofeudalismo

A esta fase crepuscular eu dou o nome de Neofeudalismo, a etapa superior do Imperialismo.
O Neofeudalismo tem como principal característica a  monopolização  e/ou oligopolização extremas e a nível mundial. Some-se a isso, a terceirização da produção.  As grandes corporações cedem a terceiros avassalados, sua marca,  suas invenções e modos de produção e venda.  Assim, passam   (eis aí o aroma feudal) a  auferir renda com algo que é de sua propriedade, sem se imiscuirem na produção propriamente dita.
Com isso, como já é visível a olho nu,  há uma total revolução das relações  do trabalho, somada ao crescente descarte de mão de obra, por conta da vertiginosa automação. Nasce aí o chamado desemprego estrutural.
E desemprego estrutural é  um eufemismo, um nome técnico  que se dá a algo brutal: a exclusão definitiva de populações  inteiras ao redor do Mundo. Populações que se  tornam excedentes e descartáveis  enquanto elementos  do processo produtivo.

Fonte: Fatos Novos Nova Ideias por Francisco Barreira





Capitalismo é o sistema econômico que se caracteriza pela propriedade privada dos meios de produção e pela liberdade de iniciativa dos próprios cidadãos. 
 No sistema capitalista, as padarias, as fábricas, confecções, gráficas, papelarias etc., pertencem a empresários e não ao Estado. Nesse sistema, a produção e a distribuição das riquezas são regidas pelo mercado, no qual, em tese, os preços são determinados pelo livre jogo da oferta e da procura. O capitalista, proprietário de empresa, compra a força de trabalho de terceiros para produzir bens que, após serem vendidos, lhe permitem recuperar o capital investido e obter um excedente denominado lucro. No capitalismo, as classes não mais se relacionam pelo vínculo da servidão (período Feudal da Idade Média), mas pela posse ou carência de meios de produção e pela livre contratação do trabalho e/ou tabalhadores.
 
São chamados capitalistas os países cujo modo de produção dominante é o capitalista. Neles coexistem, no entanto, outros modos de produção e outras classes sociais, além de capitalistas e assalariados, como artesãos e pequenos agricultores. Nos países menos desenvolvidos, parte da atividade econômica assume formas pré-capitalistas, exemplificadas pelo regime da meia ou da terça, pelo qual o proprietário de terras entrega a exploração destas a parceiros em troca de uma parte da colheita.

Outros elementos que caracterizam o capitalismo são a acumulação permanente de capital; a geração de riquezas; o papel essencial desempenhado pelo dinheiro e pelos mercados financeiros; a concorrência, a inovação tecnológica ininterrupta e, nas fases mais avançadas de evolução do sistema, o surgimento e expansão das grandes empresas multinacionais. A divisão técnica do trabalho, ou seja, a especialização do trabalhador em tarefas cada vez mais segmentadas no processo produtivo, é também uma característica importante do modo capitalista de produção, uma vez que proporciona aumento de produtividade. O modelo capitalista também é chamado de economia de mercado ou de livre empresa.

A primeira fase de expansão do capitalismo confunde-se com a revolução industrial, cujo berço foi a Inglaterra, de onde se estendeu aos países da Europa ocidental e, posteriormente, aos Estados Unidos. A evolução do capitalismo industrial foi em grande parte conseqüência do desenvolvimento tecnológico. Por imposição do mercado consumidor os setores de fiação e tecelagem foram os primeiros a usufruir os benefícios do avanço tecnológico. A indústria manufatureira evoluiu para a produção mecanizada, possibilitando a constituição de grandes empresas, nas quais se implantou o processo de divisão técnica do trabalho e a especialização da mão-de-obra.

Ao mesmo tempo em que se desencadeava o surto industrial, construíram-se as primeiras estradas de ferro, introduziu-se a navegação a vapor, inventou-se o telégrafo e implantaram-se novos progressos na agricultura. Sucederam-se as conquistas tecnológicas: o ferro foi substituído pelo aço na fabricação de diversos produtos e passaram a ser empregadas as ligas metálicas; descobriu-se a eletricidade e o petróleo; foram inventadas as máquinas automáticas; melhoraram os sistemas de transportes e comunicações; surgiu a indústria química; foram introduzidos novos métodos de organização do trabalho e de administração de empresas e aperfeiçoaram-se a técnica contábil, o uso da moeda e do crédito.

Na Inglaterra, Adam Smith e seus seguidores desenvolveram sua teoria liberal sobre o capitalismo. Na França, após a revolução de 1789 e as guerras napoleônicas, passou a predominar a ideologia do laissez-faire, ou do liberalismo econômico, que tinha por fundamentos o livre comércio, a abolição de restrições ao comércio internacional, o livre-câmbio, o padrão-ouro e o equilíbrio orçamentário. O liberalismo se assentava no princípio da livre iniciativa, baseado no pressuposto de que a não regulamentação das atividades individuais no campo socioeconômico produziria os melhores resultados na busca do progresso.

A partir da primeira guerra mundial, o quadro do capitalismo mundial sofreu importantes alterações: o mercado internacional restringiu-se; a concorrência americana derrotou a posição das organizações econômicas européias e impôs sua hegemonia inclusive no setor bancário; o padrão-ouro foi abandonado em favor de moedas correntes nacionais, notadamente o dólar americano, e o movimento anticolonialista recrudesceu.

Os Estados Unidos, depois de liderarem a economia capitalista mundial até 1929, foram sacudidos por violenta depressão econômica que abalou toda sua estrutura e também a fé na infalibilidade do sistema. A política do liberalismo foi então substituída pelo New Deal: a intervenção do estado foi implantada em muitos setores da atividade econômica, o ideal do equilíbrio orçamentário deu lugar ao princípio do déficit planejado e adotaram-se a previdência e a assistência sociais para atenuar os efeitos das crises. A progressiva intervenção do estado na economia caracterizou o desenvolvimento capitalista a partir da segunda guerra mundial. Assim, foram criadas empresas estatais, implantadas medidas de protecionismo ou restrição na economia interna e no comércio exterior e aumentada a participação do setor público no consumo e nos investimentos nacionais.

A implantação do modo socialista de produção, a partir de 1917, em um conjunto de países que chegou a abrigar um terço da população da Terra, representou um grande desafio para o sistema de economia de mercado. As grandes nações capitalistas passaram a ver o bloco socialista como inimigo comum, ampliado a partir da segunda guerra mundial com a instauração de regimes comunistas nos países do leste europeu e com a revolução chinesa. Grande parte dos recursos produtivos foi investida na indústria bélica e na exploração do espaço com fins militares. Essa situação perdurou até a desagregação da União Soviética, em 1991, e o início da marcha em direção à economia de mercado em países como a China.

Crítica ao capitalismo: A mais rigorosa crítica ao capitalismo foi feita por Karl Marx, ideólogo alemão que propôs a alternativa socialista para substituir o Capitalismo. Segundo o marxismo, o capitalismo encerra uma contradição fundamental entre o caráter social da produção e o caráter privado da apropriação, que conduz a um antagonismo irredutível entre as duas classes principais da sociedade capitalista: a burguesia e o proletariado (o empresariado e os assalariados).

O caráter social da produção se expressa pela divisão técnica do trabalho, organização metódica existente no interior de cada empresa, que impõe aos trabalhadores uma atuação solidária e coordenada. Apesar dessas características da produção, os meios de produção constituem propriedade privada do capitalista. O produto do trabalho social, portanto, se incorpora a essa propriedade privada. Segundo o marxismo, o que cria valor é a parte do capital investida em força de trabalho, isto é, o capital variável. A diferença entre o capital investido na produção e o valor de venda dos produtos, a mais-valia (lucro), apropriada pelo capitalista, não é outra coisa além de valor criado pelo trabalho.

Segundo os Marxistas, o sistema capitalista não garante meios de subsistência a todos os membros da sociedade. Pelo contrário, é condição do sistema a existência de uma massa de trabalhadores desempregados, que Marx chamou de exército industrial de reserva, cuja função é controlar, pela própria disponibilidade, as reivindicações operárias. O conceito de exército industrial de reserva derruba, segundo os marxistas, os mitos liberais da liberdade de trabalho e do ideal do pleno emprego.

A experiência Marxista: Depois de setenta anos de vigência, e muitas dificuldades internas decorrentes, principalmente, da instalação de burocracias autoritárias no poder, os regimes socialistas não tinham conseguido estabelecer a sociedade justa e de bem-estar que pretendiam seus primeiros ideólogos. A União Soviética, maior potência militar do planeta, exauriu seus recursos na corrida armamentista, mergulhou num irrecuperável atraso tecnológico e finalmente se dissolveu em 1991. A Iugoslávia socialista se fragmentou em sangrentas lutas étnicas e a China abriu-se, cautelosa e progressivamente, para a economia de mercado.

Resumo Extraído de Enciclopédias
Projeto Renasce Brasil


Preconceito e Discriminação


Embora o conceito de raça seja moderno, o preconceito e a discriminação são uma constante da história universal e é necessário, antes do mais, fazer a distinção entre as duas ideias. O PRECONCEITO refere-se a opiniões ou atitudes partilhadas por membros de um grupo acerca de outro. As ideias preconceituosas são, muitas vezes, baseadas mais em rumores do que em provas claras; opiniões que resistem à mudança mesmo face a novas informa­ções. As pessoas podem ter preconceitos favoráveis relativos aos grupos com os quais se identificam e preconceitos negativos face a outros. Alguém que tem preconceitos contra determinado grupo recusará atender imparcialmente os seus membros.
A DISCRIMINAçÃo diz respeito ao comportamento tido em relação a outro grupo. Pode detectar-se em acções que negam aos membros de um grupo oportunidades que são dadas a outros, como, por exemplo, quando a um negro é recusado um emprego disponível para um branco. Embora o preconceito esteja frequentemente na base da discriminação, os dois podem existir separadamente. As pessoas podem ter ideias preconceituosas e não agir em conformi­dade. Também é igualmente importante ter em conta que a discriminação não deriva necessá­ria e directamente do preconceito. Por exemplo, uma pessoa branca que queira comprar uma casa pode inibir-se de adquirir a propriedade em bairros predominantemente negros, não por causa de atitudes hostis que possa sentir em relação às pessoas que vivem nesses bairros, mas em função da sua preocupação com a desvalorização da propriedade nessas áreas. Neste caso, as atitudes de preconceito influenciam a discriminação, mas de uma forma indirecta.

VOCÊ SABE O QUE É "APA"? E "UC", VOCÊ SABE O QUE É?
POIS BEM, APA É AREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL E UC É UNIDADE DE CONSERVAÇÃO. ABAIXO ESTA UM MAPA, SUGADO NO SITE DO IDEMA (INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO RN), QUE MOSTRA AS APAs E UCs DO RN:

REPARE QUE NA REGIÃO DO ALTO-OESTE NÃO TEM NENHUMA APA E UC. SABEMOS QUE NESSA REGIÃO,  A CAATINGA TEM UMA FLORA, FAUNA, SOLOS E RELEVOS DIVERSIFICADOS, COMO A SERRA DE MARTINS (QUE ESTÁ EM PROCESSO DE CRIAÇÃO DE UMA UC), PORTALEGRE E LUIS GOMES. INFELIZMENTE ESSAS AREAS NÃO ESTÃO PROTEGIDAS.

É PRECISO QUE O GOVERNO DO ESTADO ESTEJA ATENTO PARA ESSAS AREAS, PARA NÃO SOFREREM MAIS DEGRADAÇÕES, E QUE AS PREFEITURAS, TAMBÉM, ATENTEM À ESTE PROBLEMA, ANTES QUE NÃO SOBRE NADA PARA PROTEGER.
À Comunidade de alunos da UERN, à imprensa, à população
 Uma carta rosa, em letras bem pretas!
Sustentada no único e insólito argumento da “herança maldita”, a representante do executivo estadual segue no leme de um Titanic que já avista a ponta de seu iceberg. Acuada pela pressão popular, que registra 60% de reprovação com um governo desgovernado, a senhora Rosalba dispara mentiras num ventilador que espatifa miudezas aqui e ali e vive a tentar acreditar ou fazer acreditar que ainda não está fazendo o governo que deseja.
Recentemente, em Assú, durante a entrega do Conjunto de casas populares, num palanque enfeitado para um número de partidários (e outros para quem a adjetivação pode ser precária), a Rosa – apoiada no serviço de som, no cenário, na presença de bandas populares e revestida da carapaça de boa moça que constrói casas para os pobres – aventou as inverdades sobre a greve da UERN e jogou nos professores a responsabilidade pelo seu ato covarde e nada republicano: o descumprimento do acordo celebrado em setembro de 2011.
O mais engraçado no comportamento desse governo é, de fato, a falta de cuidado com o que anuncia em seu próprio site na internet quando deseja choramingar ou quando se propõe enaltecer sua atuação: ora se veem matérias que mostram um estado que tem aumento de 28,9%, no mês de abril, em exportações, perfazendo um total de 90,5 milhões de DÓLARES, ora se vê a governadora pregando à boca miúda o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal para não cumprir acordos de reajuste salarial. Ou seja, quando pretende se mostrar em palanque, o Estado cresce; quando precisa negociar, o Estado está quebrado pela administração anterior, e ela (senhora das mãos limpas – como costuma se designar nos concertos de pão e circo) não pode fazer nada porque é cumpridora da lei.
É bom que a população saiba que professor da UERN não ganha rios de dinheiro (de seu último pronunciamento, ficou uma preocupação com a segurança dos professores – tem gente com medo de ser assaltado pelo que não tem, e já deve ter quadrilha que se organiza para roubar professor milionário da UERN).
É necessário que a população saiba que o limite prudencial da Lei de Responsabilidade fiscal é só um número, acompanhado de conceitos bonitos, e que virou fórmula matemática (de contabilidade pública estranha) para não cumprir o prometido em setembro de 2011. Devem ser os “equívocos de comunicação e alguns equívocos pontuais”, somados “à falta de articulação política”, num diagnóstico feito pelo senador José Agripino Maia (do partido da governadora) que constitui um Conselho Político, cuja missão é ajudar a governadora a administrar. Só para ilustrar a falácia do limite prudencial, em reunião com a ADUERN, reitor e representação de alunos, o tal limite foi apresentado aos presentes através de uma matéria de jornal Folha de São Paulo, que indica um gasto com pessoal, no Estado, beirando 48,35% do orçamento.
Como mulher zelosa da probidade, a senhora Ciarlini deveria ter mostrado um comunicado do Tribunal de Contas alertando de que o Estado estaria a chegar ao denominado “limite de alerta”, já que a Lei de Responsabilidade Fiscal autoriza do Tribunal de Contas a fazer esse expediente e não à Folha de São Paulo. Como senhora das mãos limpas e dos argumentos coerentes, a senhoria do governo deveria ter claro que “limite de alerta” (48,6%) é uma coisa e o “limite prudencial” é outra que equivale a 51,3% (conferir Lei de Responsabilidade Fiscal). E aqui volta a contradição na fala do governo que poderia ser resolvida se as seguintes questões fossem respondidas: quando aumentam exportações não aumenta o orçamento do Estado? Por que será que a única coisa que aumenta nesse governo é o limite de alerta? Ou por que será que, em proporção ainda maior, só aumenta a reprovação da governadora?
A mulher que discursou no cenário das casas populares, em Assú, não é a mesma que lançou o edital da duplicação da RN-013, em Mossoró. Em Assú, a senhora do executivo estadual não reconhece a legitimidade da greve; em Mossoró, gravou para o Jornal O Mossoroense a falácia do século (“quando eu digo, eu cumpro; já é lei” – referindo-se ao acordo de setembro passado).
É difícil acreditar num governo que teve tempo (setembro/2011 a abril/2012) para encaminhar a Assembleia Legislativa do Estado um projeto de lei concedendo parcela de um reajuste negociado para três anos e não o fez por pura ingerência (a Governadora parecia nem saber, já que comprometeu a palavra de profeta na própria terra). É difícil acreditar numa governadora que diz “A reivindicação é justa, queremos atender no que for possível dentro da legalidade e, acima de tudo, não queremos que os alunos sejam penalizados com mais atrasos no semestre letivo que está para começar” (reunião em 02 de maio/2012), e depois, afirma "A Uern custa meio milhão, por dia, e quase R$ 15 milhões, por mês. Não é justo que o professor ganhe o salário sem trabalhar e o aluno não tenha aula. Isso eu não vou aceitar”[8] (no palanque de Assú, em 11 de maio/2012).
Engraçado é que a Governadora estufa o peito para informar que resolveu “aberrações que estavam gerando um desfalque de mais de R$ 1 milhão ao mês para os cofres do estado”, só na folha da Secretaria de Educação. Aqui é preciso explicar para a governadora a diferença entre gasto e investimento: quando ela cortou salários, férias, gratificações de pessoas de 102 anos, que não trabalhavam na SEEC ela resolveu um problema de gasto (dinheiro que não retornava); na folha da UERN ela tem uma questão de investimento a ser resolvida (investimento na qualificação dos jovens do Estado, já que a UERN é a instituição de maior abrangência no ensino superior no RN).
Converter gastos em investimentos é uma receita para quem sabe governar. No RN a governadora só conhece feijão-com-arroz no fogão de lenha: pra ela investimento é só em viaduto, em copa do mundo, em estrada duplicada, em ampliação do porto, do aeroporto... Essa senhora eleita pelo povo não entende que sem gente qualificada para executar tudo isso, o dinheiro que é daqui vai para fora, no bolso daqueles que se prepararam em boas instituições de ensino.
A governadora está perdida entre a identidade de prefeita (que foi um dia) e sua nova condição. Há princípios que se aplicam na gestão de uma cidade que não se aplicam na gestão de Estado da federação e vice-versa. Se ela não encontrar logo o caminho que a leve para fora desse “buraco de coelho”, vamos continuar nas mãos de uma “Alice” que segura em suas mãos a caixa aberta de “Pandora”.
E para quem ainda acredita na história de jogar o povo contra o povo, quero lembrar a história do rapaz que estava atrás de outros numa fila de hospital: o que estava atrás se maldizia de quem estava na frente em vez de reclamar da morosidade do atendimento. Na situação atual do estado é a mesma coisa: não adianta ao povo achar que somos os culpados pela greve – somos todos vítimas numa fila – alguns mais adiante, outros mais atrás e todos prejudicados.

SUGADO DO SITE DA ADUERN
É descabido todo o descaso que a Governadora do Estado do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, vem causando a população deste estado, nem mesmo seus deveres mais básicos como educação e saúde, é priorizado.

                                            Discurso sbre a greve na UERN 10/05/2012

A greve na UERN é um ato de desespero dos professores em fazer valer o que foi combinado com essa senhora, que diz governar um estado.
Lamentável.