De 1967 a 1995
A
história do conflito israelo-palestino desde 1967 é um rosário de
planos de paz abortados, de esperanças frustradas e, como nos períodos
anteriores, de violência, sangue, destruição e lágrimas. Referiremos só,
rapidamente, os fatos, os acontecimentos e as datas que nos parecem
mais marcantes e susceptíveis de ajudar a compreender a situação atual.
Começaremos
por assinalar uma mudança nos papéis desempenhados pelos intervenientes
no conflito. A anexação da Cisjordânia pela Jordânia em 1950 e a
passagem da Faixa de Gaza para a tutela do Egito levaram a uma espécie
de eclipse do povo palestino. A situação mudou a partir de 1967. O povo
palestino voltou a tomar em mãos o seu destino. Por mais que se tenha
esforçado por negar a sua existência, Israel teve finalmente que
reconhecer o povo palestino não só como povo, mas também como
"interlocutor/inimigo" inevitável. Encarnou as aspirações nacionais
palestinas a Organização de Libertação da Palestina (OLP) uma coligação
de partidos ou grupos que havia sido criada em Jerusalém, em 1964. Tal
como foi formulada em 1968, a Carta da OLP, na linha do que sempre fora a
política palestina, propunha-se como objetivo a criação do Estado da
Palestina em todo o território nacional. Isso implicava o
desaparecimento do Estado de Israel. A carta da OLP considerava os
judeus que viviam na Palestina antes da "invasão sionista" como
palestinos com pleno direito à cidadania, como os demais habitantes:
muçulmanos, cristãos e de outras religiões ou etnias.
A
chefia da OLP esteve na Jordânia até 1971. Derrotada no conflito armado
que a opôs ao Governo Jordaniano (Fevereiro e Setembro de 1970) a OLP
foi expulsa desse país em 1971, instalando-se então no Líbano. Na
seqüência desses acontecimentos, alguns grupos palestinos, que se
apelidaram "Setembro Negro", lançaram-se numa campanha de guerrilha
internacional, cujas ações mais espetaculares foram os numerosos desvios
de aviões comerciais e o atentado contra os atletas israelitas que
participavam nos Jogos Olímpicos de Munique a 5 e 6 de Setembro de 1972.
No
dia 6 de Outubro de 1973, o Egito e a Síria tentaram, em vão,
reconquistar militarmente cada qual os territórios conquistados por
Israel em 1967. No dia 22 do mesmo mês, o Conselho de Segurança da ONU
aprovou a Resolução 338 que reafirma a validade da Resolução 242 e apela
para um cessar-fogo e para negociações com vistas a "instaurar uma paz
justa e duradoura no Próximo Oriente". Os combates cessaram três dias
mais tarde.
No
mês seguinte, a Liga Árabe, reunida na Cimeira de Argel (26 a 28 de
Novembro de 1973) declarou a OLP único representante do povo palestino.
Desde 1970 a assembléia Geral da ONU afirmava regularmente o direito do
povo palestino à auto-determinação. No dia 13 de Novembro de 1974,
Yasser Arafat fez um discurso na assembléia Geral da ONU. Esta
reconheceu aos palestinos o direito à independência e concedeu à OLP o
estatuto de observador. A idéia da criação do Estado da Palestina só em
parte do território nacional, já abordada em Junho de 1974, foi aceite
no 13º Conselho Nacional Palestino, de 12 a 20 de Março de 1977.
No
dia 17 de Setembro de 1978, foram assinados os acordos de Camp David
entre o Egito, Israel e os EEUU. Israel devolveu o Sinai ao Egito.
Paralelamente à retirada do Sinai, que terminou a 25 de Abril de 1982,
Israel intensificou a colonização da Cisjordânia e do Golã. Em
conformidade com os acordos de Camp David, o Egito e Israel começaram, a
25 de Maio de 1979, negociações sobre um estatuto de autonomia para os
palestinos da Cisjordânia e de Gaza, não escondendo Israel a intenção de
anexar esses territórios no termo dos cinco anos previstos para a
autonomia.
No
dia 6 de Junho de 1982, Israel invadiu o Líbano com a intenção
declarada de expulsar de lá a OLP. Nos termos de um cessar-fogo
negociado sob a égide dos EEUU, as forças da OLP foram evacuadas do
Líbano entre 10 e 13 de Setembro desse ano, mudando-se a sua chefia para
Tunes. Foi então que se deram os massacres de Sabra e de Chatila. Entre
os dias 15 e 16, o exército de Israel ocupou a parte ocidental de
Beirute. No dia 16, forças libanesas (milícias cristãs aliadas de
Israel) entraram nos campos de refugiados palestinos de Sabra e de
Chatila e mataram homens, mulheres e crianças (Embora se utilizem da palavra "cristãs", essas organizações israelitas, "milícias cristãs", não têm o aval, nem a mais remota participação da Igreja Católica, ou das outras Igrejas Cristãs).
Os soldados israelitas que cercavam os campos assistiram aos massacres
sem intervir. Segundo a comissão de inquérito oficial israelita houve
800 mortos; segundo a OLP, terá havido 1500.
A dita comissão israelita concluiu que Ariel Sharon, então Ministro da Defesa, foi indiretamente responsável pelo sucedido.
No dia 9 de Dezembro de 1987 rebentou a primeira Intifada (insurreição) em Gaza e na Cisjordânia contra a ocupação.
No dia 31 de Julho de 1988, o rei Hussein da Jordânia anunciou oficialmente que rompia "os vínculos legais e administrativos" do seu país com a Cisjordânia, renunciando à pretensão de soberania sobre esse território que havia sido anexado pelo seu avô em 1950.
No 19º Conselho Nacional palestino, reunido em Argel, a OLP proclama o Estado da Palestina no dia 15 de Novembro de 1988, aceita as resoluções do Conselho de Segurança da ONU 181, 242 e 338 e reafirma a condenação do terrorismo.
Na seqüência da chamada "Guerra do Golfo", houve a Conferência Internacional de Madrid (inaugurada no dia 30 de Outubro de 1991) e as primeiras negociações bilaterais entre Israel e três dos seus vizinhos árabes (Jordânia, Síria e Líbano). Os palestinos ainda não tiveram a sua delegação própria. Fizeram parte da delegação jordaniana.
Negociações secretas entre israelitas e palestinos tidas em Oslo, no Inverno de 1992-1993, levaram finalmente ao reconhecimento entre Israel e a OLP a 9 de Setembro de 1993. A 13 do mesmo mês Yasser Arafat e Isaac Rabin assinaram em Washington a "Declaração de Princípios sobre as Disposições Interinas de 'Auto-Governo'". A dita declaração determinava a entrega de parte da Cisjordânia e da Faixa de Gaza aos palestinos, entrega essa concebida como a primeira etapa de um processo que deveria desembocar, no prazo de cinco anos, na solução do conflito que opõe os palestinos e os sionistas/israelitas desde há quase um século. De fato, Yasser Arafat entrou em Gaza no dia 1º de Julho de 1994 e o exército de Israel terminou a retirada das cidades palestinas, exceto de Hebron, em Dezembro de 1995. Os palestinos viram nesse fato o começo da realização do sonho de um estado palestino independente, embora só em cerca de um quinto da sua pátria e dividido em duas partes (Cisjordânia e Faixa de Gaza) separadas pelo território de Israel. Incluindo Jerusalém Oriental, a Cisjordânia tem uns 5.850 Km2. A Faixa de Gaza tem uns 365 km2.
A dita comissão israelita concluiu que Ariel Sharon, então Ministro da Defesa, foi indiretamente responsável pelo sucedido.
No dia 9 de Dezembro de 1987 rebentou a primeira Intifada (insurreição) em Gaza e na Cisjordânia contra a ocupação.
No dia 31 de Julho de 1988, o rei Hussein da Jordânia anunciou oficialmente que rompia "os vínculos legais e administrativos" do seu país com a Cisjordânia, renunciando à pretensão de soberania sobre esse território que havia sido anexado pelo seu avô em 1950.
No 19º Conselho Nacional palestino, reunido em Argel, a OLP proclama o Estado da Palestina no dia 15 de Novembro de 1988, aceita as resoluções do Conselho de Segurança da ONU 181, 242 e 338 e reafirma a condenação do terrorismo.
Na seqüência da chamada "Guerra do Golfo", houve a Conferência Internacional de Madrid (inaugurada no dia 30 de Outubro de 1991) e as primeiras negociações bilaterais entre Israel e três dos seus vizinhos árabes (Jordânia, Síria e Líbano). Os palestinos ainda não tiveram a sua delegação própria. Fizeram parte da delegação jordaniana.
Negociações secretas entre israelitas e palestinos tidas em Oslo, no Inverno de 1992-1993, levaram finalmente ao reconhecimento entre Israel e a OLP a 9 de Setembro de 1993. A 13 do mesmo mês Yasser Arafat e Isaac Rabin assinaram em Washington a "Declaração de Princípios sobre as Disposições Interinas de 'Auto-Governo'". A dita declaração determinava a entrega de parte da Cisjordânia e da Faixa de Gaza aos palestinos, entrega essa concebida como a primeira etapa de um processo que deveria desembocar, no prazo de cinco anos, na solução do conflito que opõe os palestinos e os sionistas/israelitas desde há quase um século. De fato, Yasser Arafat entrou em Gaza no dia 1º de Julho de 1994 e o exército de Israel terminou a retirada das cidades palestinas, exceto de Hebron, em Dezembro de 1995. Os palestinos viram nesse fato o começo da realização do sonho de um estado palestino independente, embora só em cerca de um quinto da sua pátria e dividido em duas partes (Cisjordânia e Faixa de Gaza) separadas pelo território de Israel. Incluindo Jerusalém Oriental, a Cisjordânia tem uns 5.850 Km2. A Faixa de Gaza tem uns 365 km2.