Conhecer para preservar
A Caatinga tem sido ocupada desde os tempos do Brasil-Colônia com o regime de sesmarias e sistema de capitanias hereditárias, por meio de doações de terras, criando-se condições para a concentração fundiária. De acordo com o IBGE, 27 milhões de pessoas vivem atualmente no polígono das secas. A extração de madeira, a monocultura da cana-de-açúcar e a pecuária nas grandes propriedades (latifúndios) deram origem à exploração econômica. Na região da Caatinga, ainda é praticada a agricultura de sequeiro
Na longa estiagem, os sertões são, muitas vezes, semi-desertos e nublados, mas sem chuva. O vento seco e quente não refresca, incomoda.
Através de caminhos diversos, os rios regionais saem das bordas das chapadas, percorrem extensas depressões entre os planaltos quentes e secos e acabam chegando ao mar, ou engrossando as águas do São Francisco e do Parnaíba (rios que cruzam a Caatinga).
Rio São Francisco cruzando o sertão.
Das cabeceiras até as proximidades do mar, os rios com nascentes na região permanecem secos por cinco ou sete meses no ano. Apenas o canal principal do São Francisco mantém seu fluxo através dos sertões, com águas trazidas de outras regiões climáticas e hídricas.
As plantas da caatinga possuem adaptações ao clima, tais como folhas transformadas em espinhos, cutículas altamente impermeáveis, caules suculentos.
A situação de conservação dos peixes da Caatinga ainda é precariamente conhecida. Apenas quatros espécies que ocorrem no bioma foram listadas preliminarmente como ameaçadas de extinção, porém se deve ponderar que grande parte da ictiofauna não foi ainda avaliada.
Geologia, Relevo e Solos
As áreas de planície as rochas prevalecentes têm origem na era Cenozóica
(do fim do período Terciário e início do período Quaternário), as quais se
encontram cobertas por uma camada de solo bastante profunda, com
afloramentos rochosos ocasionais, principalmente nas áreas mais altas que
bordejam a Serra do Tombador; tais solos (latossolos) são solos argilosos
(embora a camada superficial possa ser arenosa ou às vezes pedregosa) e
minerais, com boa porosidade e rico em nutrientes. Afloramentos de rocha
calcárea de coloração acinzentada ocorrem a oeste.
A Caatinga tem sido ocupada desde os tempos do Brasil-Colônia com o regime de sesmarias e sistema de capitanias hereditárias, por meio de doações de terras, criando-se condições para a concentração fundiária. De acordo com o IBGE, 27 milhões de pessoas vivem atualmente no polígono das secas. A extração de madeira, a monocultura da cana-de-açúcar e a pecuária nas grandes propriedades (latifúndios) deram origem à exploração econômica. Na região da Caatinga, ainda é praticada a agricultura de sequeiro
Os ecossistemas do
bioma Caatinga encontram-se bastante alterados, com a substituição de
espécies vegetais nativas por cultivos e pastagens. O desmatamento e
as queimadas são ainda práticas comuns no preparo da terra para a
agropecuária que, além de destruir a cobertura vegetal, prejudica a
manutenção de populações da fauna silvestre, a qualidade da água, e o
equilíbrio do clima e do solo. Aproximadamente 80% dos ecossistemas
originais já foram antropizados.
A Caatinga possui extensas áreas degradadas, muitas delas incorrem, de
certo modo, em rsico de desertificação. A fauna da Caatinga sofre grande
prejuízos tanto por causa da pressão e da perda de hábitat como também em
razão da caça e da pesca sem controle. Também há grande pressão da
população regional no que se refere à exploração dos recursos florestais
da Caatinga.
O bioma Caatinga é o
principal ecossistema existente na Região Nordeste, estendendo-se pelo
domínio de climas semi-áridos, numa área de 73.683.649 ha, 6,83% do
território nacional; é
o único bioma exclusivamente brasileiro. Isto significa que grande parte
do patrimônio biológico dessa região não é encontrada em outro lugar do
mundo além de no Nordeste do Brasil. os estados da BA, CE, PI, PE, RN, PB, SE, AL,
MA e MG. O termo Caatinga é originário do tupi-guarani e significa mata
branca. É um bioma único pois, apesar de estar localizado em área de clima
semi-árido, apresenta grande variedade de paisagens, relativa riqueza
biológica e endemismo. A ocorrência de secas estacionais e periódicas
estabelece regimes intermitentes aos rios e deixa a vegetação sem folhas.
A folhagem das plantas volta a brotar e fica verde nos curtos períodos de
chuvas.
Caracterização:
A caatinga tem uma fisionomia de deserto, com índices pluviométricos muito
baixos, em torno de 500 a 700 mm anuais
A temperatura se situa entre 24 e 26 graus e varia pouco durante o ano.
Além dessas condições climáticas rigorosas, a região das caatingas está
submetida a ventos fortes e secos, que contribuem para a aridez da
paisagem nos meses de seca.
O mês do período seco é agosto e a temperatura do solo chega a 60ºC. O sol
forte acelera a evaporação da água das lagoas e rios que, nos trechos mais
estreitos, secam e param de correr. Quando chega o verão, as chuvas
encharcam a terra e o verde toma conta da região.
Mesmo quando chove, o solo raso e pedregoso não consegue armazenar a água
que cai e a temperatura elevada (médias entre 25oC e 29oC) provoca intensa
evaporação. Por isso, somente em algumas áreas próximas às serras, onde a
abundância de chuvas é maior, a agricultura se torna possível. Na longa estiagem, os sertões são, muitas vezes, semi-desertos e nublados, mas sem chuva. O vento seco e quente não refresca, incomoda.
Clima
Enquanto que as médias mensais de temperatura variam pouco na região, as variações diárias de temperatura e umidade são bastante pronunciadas, tanto nas áreas de planície como nas regiões mais altas do planalto.
Enquanto que as médias mensais de temperatura variam pouco na região, as variações diárias de temperatura e umidade são bastante pronunciadas, tanto nas áreas de planície como nas regiões mais altas do planalto.
No planalto, os afloramentos rochosos mais expostos, sujeitos à ação dos
ventos e outros fatores, podem experimentar temperaturas mais baixas durante as noites mais frias do ano,
enquanto que a temperatura pode ser bastante elevada durante os dias
quentes e ensolarados do verão.
As áreas de planície estão sujeitas a um período de seca muito mais longo
e severo que as áreas planálticas mais elevadas, período que normalmente
dura de sete a dez meses, a taxa de precipitação anual é mais baixa, estas áreas têm clima semi-árido
tropical, com temperaturas médias mensais ficando acima de 22°C.
Hidrografia
Leito seco de rio temporário da Caatinga.Através de caminhos diversos, os rios regionais saem das bordas das chapadas, percorrem extensas depressões entre os planaltos quentes e secos e acabam chegando ao mar, ou engrossando as águas do São Francisco e do Parnaíba (rios que cruzam a Caatinga).
Rio São Francisco cruzando o sertão.
Das cabeceiras até as proximidades do mar, os rios com nascentes na região permanecem secos por cinco ou sete meses no ano. Apenas o canal principal do São Francisco mantém seu fluxo através dos sertões, com águas trazidas de outras regiões climáticas e hídricas.
Vegetação
Quando chove, a paisagem muda muito rapidamente. As
árvores cobrem-se de folhas e o solo fica forrado de pequenas plantas.
Estação seca |
Estação chuvosa |
As plantas da caatinga possuem adaptações ao clima, tais como folhas transformadas em espinhos, cutículas altamente impermeáveis, caules suculentos.
Duas adaptações importantes à vida das plantas nas caatingas são a queda
das folhas na estação seca e a presença de sistemas de raízes bem
desenvolvidos. A perda das folhas é uma adaptação para reduzir a perda de
água por transpiração e raízes bem desenvolvidas aumentam a capacidade de
obter água do solo.
A Caatinga é dominada por
tipos de vegetação com características xerofíticas – formações vegetais
secas, que compõem uma paisagem cálida e espinhosa – com estratos
compostos por gramíneas, arbustos e árvores de porte baixo ou médio (3 a 7
metros de altura), caducifólias (folhas que caem), com grande quantidade
de plantas espinhosas (exemplo: leguminosas), entremeadas de outras
espécies como as cactáceas e as bromeliáceas.
A caatinga apresenta três estratos: arbóreo (8 a 12 metros), arbustivo (2
a 5 metros) e o
herbáceo (abaixo de 2 metros).
Algumas das espécies mais comuns da região são a emburana, a aroeira, o
umbu, a baraúna, a maniçoba, a macambira, o mandacaru e o juazeiro.
No meio de tanta aridez, a caatinga surpreende com suas "ilhas de umidade"
e solos férteis. São os chamados brejos, que quebram a monotonia das
condições físicas e geológicas dos sertões. Nessas ilhas, é possível
produzir quase todos os alimentos e frutas peculiares aos trópicos.
Fauna
Quando chove na caatinga, no início do ano, a paisagem e seus habitantes
se modificam. Lá vive a ararinha-azul, ameaçada de extinção. Outros
animais da região são o sapo-cururu, a asa-branca, a cotia, a gambá, o
preá, o veado-catingueiro, o tatu-peba e o sagui-do-nordeste, entre
outros.
A situação de conservação dos peixes da Caatinga ainda é precariamente conhecida. Apenas quatros espécies que ocorrem no bioma foram listadas preliminarmente como ameaçadas de extinção, porém se deve ponderar que grande parte da ictiofauna não foi ainda avaliada.
São conhecidas, em localidades com feição características da caatinga
semi-áridas, 44 espécies de lagartos, 9 espécies de anfisbenídeos, 47 de
serpentes, quatro de quelônios, três de crocolia, 47 de anfíbios - dessas
espécies apenas 15% são endêmicas. Um conjunto de 15 espécies e de 45
subespécies foi identificado como endêmico. São 20 as espécies ameaçadas
de extinção, estando incluídas nesse conjunto duas das espécies de aves
mais ameaçadas do mundo: a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) e a
arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari).
Destaca-se também a ocorrência de espécies em extinção, como o próprio
gato-do-mato, o gato-maracajá, o patinho, a jararaca e a
sucuri-bico-de-jaca.
Geologia, Relevo e Solos
A região planáltica é composta
de arenito metamorfoseado derivado de rochas sedimentares
areníticas e quartzíticas consolidadas na era Proterozóica
média; uma concentração alta de óxido férreo dá a estas
rochas uma cor de rosa a avermelhada. Os solos gerados a
partir da decomposição do arenito são extremamente pobres em
nutrientes e altamente ácidos, formando depósitos arenosos
ou pedregosos rasos, que se tornam mais profundos onde a
topografia permite; afloramentos rochosos são uma
característica comum das áreas mais altas.
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Estes afloramentos rochosos e
os solos pouco profundos formam as condições ideais para os cactos, e
muitas espécies crescem nas pedras, em fissuras ou depressões da rocha
onde a acumulação de areia, pedregulhos e outros detritos, juntamente com
o húmus gerado pela decomposição de restos vegetais, sustenta o sistema
radicular destas suculentas.